quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A vida da Joana

(...) o cheiro! Desse sim é que tenho mesmo muitas saudades. Ainda me chega ao nariz de vez em quando, mas passa tão sumido e fugaz que quase nem lhe consigo sentir o rasto nem perceber de onde vem.
Tenho saudades. Tenho saudades porque provavelmente nada disto faz mais sentido. Porque sei que não gastas breves instantes que seja do teu tempo, a pensar em coisas tão complicadas como esta. És demasiadamente descontraído. Ou isso, ou soubeste enganar-me bem.
Tem piada. Escrevo estas últimas duas frases ligadas com um “ou isso, ou”, mas um “e” servia na perfeição. Está cada vez mais claro que as duas premissas são ambas verdadeiras.
Tenho saudades. Tenho saudades e nenhuma chamada não atendida. Faço horas extraordinárias ao tempo que era suposto dedicar a pensar nesta pseudo-eudo-eudo-eudo relação, para tentar perceber que raio se passa comigo. Mas as conclusões continuam a ser poucas. E, mesmo assim, dessas poucas, o resultado é sempre o mesmo: tenho saudades. Para isto, vale mais é nem fazer mais horas extraordinárias, que ninguém me as paga, e seguir com a minha vidinha.
Tenho saudades. Tenho saudades e uma folha de papel já escrita. Acabei de ler tudo o que já escrevi e já se avizinham novas conclusões: os momentos engraçados de riso, loucura e implicância, tornaram-se em momentos de sorrisos, borboletas no estômago e cumplicidades. Foi, portanto, aqui, que tudo se estragou.


Escrito a 25 de Janeiro de 2009

1 comentário:

. disse...

Uma questão que me surgiu após leitura atenta, e que poderá parecer descabida. Cá vai : achas que as coisas se estragam quando sentimos bichinhos na barriga?


Escreve mais!*