segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Vou dormir, que o meu mal é sono!

"E se a vida fosse isto? Tu chegas sempre depressa, vens a voar baixinho todos os dias na minha direcção, como desde a primeira vez em que te puxei. Não estavas à espera que eu fosse assim, foste a maior surpresa da minha vida, disseste-me entre duas piadas. Fazes-me rir muitas vezes, e deve ser por isso que, quando falas a sério, consigo perceber que és mesmo tu, muito mais tu do que quando te sentas a escrever disparates que fazem rir multidões.
O riso é o segredo universal do nosso entendimento. Há outros segredos, guardados no cheiro, no toque, em tudo o que pensamos quando não estamos juntos, nas tardes intermináveis em que conversamos como velhos amigos enquanto nos olhamos, à espera do próximo passo.
Não estamos habituados a isto, nem tu nem eu somos assim, sempre fizemos tudo o que nos passou pela cabeça, poucas vezes parámos para pensar. Mas agora é diferente, porque a vida não é isto, mas gostávamos que fosse, e é por isso que adiamos o momento certo que pode ser quando quisermos, um dia destes, com certeza.
O mais difícil já temos, o equilíbrio e confiança, mesmo que nenhum de nós saiba o que quer, para onde vai e como lá chegar. Olho para ti e também não sei o que te faça, só sei que me fazes bem e que te quero por perto."




Devia estar a dedicar-me às leituras de Direito da Função Pública, já que tenho frequência depois de amanhã... Mas não. Prefiro continuar a deambular-me pelos textos da Margarida Rebelo Pinto. São sempre muito mais interessantes e trazem uma dose considerável de muita razão. Este é um deles.

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